Prevenindo um colapso socioambiental na Amazônia: na fronteira de potenciais estados estáveis alternativos
Tipping point: um nível de mudança nas propriedades de um sistema além do qual um sistema se reorganiza, muitas vezes de forma abrupta, e não retorna para o estado inicial mesmo se os condutores (fatores responsáveis) da mudança sejam reduzidos/diminuídos. Para o sistema climático, refere-se para um limiar crítico quando o clima global ou regional muda de um estado estável para outro estado estável. Fonte: Glossário de termos via Intergovernmental Panel on Climate Change (2022).
Uma imersão nos limiares de tolerância termal e hídrica de florestas da Amazônia
Utilizando dados do PRODES via INPE para o ano de referência 2019, em um artigo sobre a taxa de desmatamento na Amazônia, constatamos uma taxa de desmatamento explosivo7 em torno de 10.000 km2, que foi um aumento duas vezes maior do que os 4.751 km2, a menor taxa de área desmatada da série histórica (Figura 1). Ou, ainda, quase três vezes maior do que a meta proposta, de até 3.925 km2, no Decreto 7.390/2010, que não foi cumprida em 2020, resultando em um déficit ambiental estimado de 30% (Figura 2).
Naquele artigo, destacamos a discussão relacionada com a perda de cobertura florestal e a eventualidade de um tipping point (transição crítica*) para o ecossistema Amazônia8. Dessa forma, quando sublinhado sobre estarmos muito próximos de atingir um ponto/estágio irreversível*, referimos o não-retorno eventual para um estado inicial, que antecede a perturbação em um sistema9.
Se uma perturbação induzir uma ruptura (o ponto/estágio irreversível, a transição crítica*) na resiliência de um sistema estável9 (s.s., pré-evento anômalo extremo de 2010, Amazonia ecossistema estável, como um sumidouro de C2,10,11) como a Amazônia sensu lato12, um novo estado funcional deve ocorrer9,13–15. O processo de savanização é uma possibilidade8,16 mais presente se o aquecimento global do Antropoceno permanece4,5,17, como uma savana s.l. também funciona em um estado estável alternativo9,15.
Uma conversão abrupta5,9,13, forçada a partir de uma perturbação natural (ex., pastagem antropogênica), pode resultar em uma mudança de um estado funcional para outro9, como de um sistema florestal para um agriculturável (ex., pastagem antropogênica para ruminantes, leguminosas)18. Na linha da advertência4,5,17, espera-se uma transição crítica: uma ruptura da resiliência9 termal18 e hídrica19 de um sistema como Amazonia tropical quente e úmida20,21 para uma savana s.l.12.
Por efeito, a quantidade de energia e tempo necessária de mudança entre um estado e outro constitui um fator decisivo relacionado ao não-retorno para um estado inicial antecedendo a perturbação de um sistema. Logo, espera-se que uma perturbação natural de magnitude maior deve ser necessária de um sistema agriculturável (s.s., pastagem antropogênica) para um florestal.
Na taxa explosiva de 10.000 quilômetros quadrados a cada ano, a janela mais próxima é meados do século presente. Cortar essa taxa pela metade é 2080 [inesperado de atividades dominadas por energia não-renovável]. Com uma governança mais estável funcionando abaixo da linha de base (3.925 km2) do Decreto 7.390/2010, estamos avançando para além do Século XXII-XXV.
De um modelo browniano, mesmo que nossa ciência cética resista, espera-se que o aumento de temperatura e conflito seja uma probabilidade mais presente do que se pensava. Se as partículas tendem a ser mais interativas e excitadas. É preciso reafirmar que estar em um ato de preservação é fundamental na dinâmica da estabilidade climática da Terra.
O primordial seria que temos uma diversidade de boas novas desde aquele último ano da década passada. Uma transição de governabilidade, pós-eleição presidencial, segue agora no Brasil, como a governança de Estado apresentando os primeiros sinais de progresso e sustentabilidade. Em especial, com o Fundo Amazônia sendo avivado.
Nossa ciência sobre florestas tropicais tem avanços substanciais de conhecimento. Vamos destacar aqui alguns deles à luz dos desafios múltiplos da emergência climática e de perspectivas de sustentabilidade. Na busca de relacioná-los, reforçando e identificando soluções socioambientais, dentro e para além da Década da Restauração 2021-2030. Preservação é fundamental na dinâmica da estabilidade climática.
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